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quarta-feira, 6 de março de 2013

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Sergio Lirio

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01.03.2013 11:56

Três é demais

De Itajubá (MG)
No mezanino, um salão amplo e retangular, sem divisórias, abriga dezenas de estações de computadores. As poucas cabeças brancas contemplam, organizam, o movimento da maioria de jovens. Lá embaixo, na linha de produção, a cabine de um helicóptero espera sua vez. Demorará alguns meses até a aeronave estar apta a voar, mas a carcaça depenada e sem pintura tornou-se motivo de orgulho para os trabalhadores imersos nos terminais na parte superior.
Contrato. Metade do conteúdo do EC725, finalizado em Minas Gerais, será nacional. Foto: Renato Testa
Contrato. Metade do conteúdo do EC725, finalizado em Minas Gerais, será nacional. Foto: Renato Testa
O EC725 de número 24 representa o ponto de inflexão da montagem dos 50 helicópteros encomendados pelas Forças Armadas Brasileiras ao custo de 1,8 bilhão de euros (cerca de 6 bilhões de reais). O acordo prevê a transferência de tecnologia e um índice de 50% de nacionalização das peças, porcentual a ser alcançado ao longo da produção. Grande parte dos recém-formados engenheiros e projetistas instalados no mezanino deve seu trabalho a esse projeto. Quando os últimos helicópteros forem entregues, em 2020, e os primeiros voltarem à pequena Itajubá para a manutenção, e tiverem peças substituídas, o índice será plenamente atingido em todas as aeronaves. “Esse helicóptero (número 24) é o mais cru, o menos completo que chegou da fábrica francesa. Todo o resto será feito aqui, inclusive os testes de voo”, explica Eduardo Marson, presidente da empresa.
O contrato com as Forças Armadas abriu uma nova perspectiva para a Helibrás e para a produção de helicópteros no Brasil. Hoje uma associação entre a majoritária Eurocopter, consórcio franco-alemão, o governo de Minas Gerais e investidores privados brasileiros, a companhia nasceu em 1978 incentivada pela ditadura e com o objetivo de produzir aeronaves 100% nacionais, nos moldes da Embraer. O fim do regime e a crise econômica dos anos 1980 adiaram os planos. Nas duas décadas seguintes, a empresa viveria de encomendas militares esporádicas, da manutenção dos aparelhos e das vendas do Esquilo, o mais popular helicóptero entre as polícias estaduais e também entre empresários e celebridades nacionais.
*Leia matéria completa na Edição 738 de CartaCapital, já nas bancas
MITXCHELLL HISTORIADOR FILOSOFO PEDAGOGO

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