ATTENAS AULAS

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Homem já demora mais no espelho que mulher


A metrossexualidade by Allan Sieber 

Desculpa aí, meu prezado, pela insistência no tema. Não é perseguição aos fofos metrossexuais. É mera obrigação do cronista de costumes com a história do afrescalhamento contemporâneo.
A vida como ela não deveria ser, mas fazer o quê?
É o apocalipse antes do apito final do cacique Maia.
O caso eu conto como o caso foi:
Minha amiga V. protesta: o novo namorado passa tanto tempo se emperiquitando na frente do espelho que o casal não consegue chegar na hora marcada nos compromissos sociais, shows, teatros, cinemas...
Brava, pede um conselho e, ao final da conversa, desata uma gargalhada nervosa. Só rindo mesmo.
Põe roupa, tira roupa, prova de novo, troca o casaco, muda a meia para combinar com a camisa, testa uns dez pares de tênis e sapatos.
“Uma esquizofrenia fashion do demo”, presta queixa a bela comadre.
Sem se falar nos cremes -é um lambuzamento maluco. Com o cabelo, seu maior exercício de vaidade, ponha ai, por baixo, uns 45 minutos, o tempo de um jogo de futebol.
É o que ela faz, aliás, fica vendo um joguinho do seu Corinthians enquanto o mancebo escolhe as peças do vestuário. 
Por mais que tente se distrair na tv ou na internet durante o processo de embelezamento do seu metrossexual paulistano, V. confessa que vai largá-lo.
O seu critério para a decisão é muito simples: não pode ficar com um homem que demore mais do que ela para ficar pronto e apto a enfrentar o mundo.
“Se pelo menos me deixasse em paz nesse momento”, relata a nobre afilhada de Balzac.
“Não, não deixa, mal consigo falar com os amigos no Facebook, é uma praga, ele fica me consultando para saber se um cachecol está melhor do que o outro”.
Como se não bastasse, começa aquela choradeira de que está sem roupa -mesmo com os armários e araras abarrotados de grifes e acessórios.
Quando ela acha que o cara, enfim, já está “montado”, pronto para a vida, o miserável confere o visual no espelho do elevador e resolve voltar para trocar a camisa.
Só matando, ela suspira. Foi exatamente neste momento em que telefonou a este cronista com o seu desabafo. 
Sintoma da transformação masculina, o episódio narrado pela amiga é cada vez mais freqüente nos lares doces lares.
Boa sorte, amiga V., na escolha do próximo homem.

HOMEM MITXCHELLL - EXTERMINADOR DE MACHOS

Nenhum comentário: