ATTENAS AULAS

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Se casamento fosse bom não precisaria de testemunhas!

A onda casamenteira e a lua-de-mel em ruínas



Os pombinhos arrulham como nunca.
O número de casamentos aumentou no Brasil no último ano, leio aqui naFolha.com.
O divórcio, favorecido pela nova lei, também, mas fiquemos com a parte mais quente da história.
Uma fartura de dados para a crônica de costumes. É o que nos traz o catatau de estatísticas do Registro Civil divulgado agorinha pelo IBGE.
Em 2010, foram registrados 977.620 matrimônios, um aumento de 4,5% em relação a 2009.
Quem diria!
E repare só. Além do acasalamento oficial ter aumentado, pasme!, o recasamento também é tendência.
Principalmente no eixo Rio-SP.
O fenômeno da reincidência casamenteira me faz despencar aqui do cocoruto a máxima de Oscar Wilde, o escritor mais citado do planeta:
“Quando uma mulher se casa de novo, é porque detestava seu primeiro marido; quando um homem se casa de novo, é porque adorava sua primeira mulher”.
No geral, me ocorre também um forró clássico do não menos genial Trio Nordestino:
“Se casamento fosse bom, não precisava testemunha/ pra que padre, pra que juiz?,/ se o que faz a gente ser feliz é amar, amar, amar... /Amor não faz mal a ninguém.”
Nada contra o enlace dos pombinhos, é lindo, é sonho, aquele vestido branco, o atraso da noiva, as piadas idiotas dos amigos com o noivo...
O cunhado bêbado bulindo com as moças, buquê para o alto, a mulherada aos tapas com a humaníssima inveja que rói as vestes qual o rato roía as roupas do rei de Roma...
Ai vai todo mundo para casa, fim de festa, aquela bangunça, uns parentes intrigados por passar na cara uns dos outros “umas verdades” encobertas que careciam de umas canjibrinas, umas doses a mais etc.
Fim de festa e o o noivo e a noiva, meu Deus, nem podem ir para um hotelzinho barato lá em Poços de Caldas, um humilde chalezinho na praia...
Sim, passa a régua, estão entregues, na bacia das almas, às prestações, às dívidas, ao crediário, ressaca cheia de cálculos. 
Foram fazer bonito para os convidados e agora, no noves fora zero da tabuada, o saldo é vermelhíssimo.
Pior, amigo noivo, é que os convidados ainda saíram falando mal, não curtiram os salgados, como lhe contou aquela prima ranzinza e seca de tão ruim, só o couro, o cabelão de crente e os ossos.
Deixa pra lá, amigo, o importante é que não poderia deixar uma data nobre sem passar em branco.
Não está mais aqui o cronista cri-cri para lhe ampliar a rebordosa.
O problema, distinto noiva e respeitável noiva, repito: é que ninguém casa mais de um jeito simples.
Todo mundo cai no conto do bufê, dos salgadinhos padronizados e sem gosto, do álbum nada familiar, dos carrões, da modinha do pacote completo.
Sabe quanto movimenta essa indústria, segundo dados da Expo Noiva, aqui de SP? Os pombinhos torram pelo menos uns R$ 8 bilhões por ano nos seus enlaces no Brasil.
Não quero aqui provocar a ira santa e recomendar que se ajuntem, se amancebem, se amiguem, grudem as costelas e sejam felizes até o eterno enquanto dure do superbonder do amor e da sorte.
Longe de mim. Só não precisa é cair no conto do vigário das cerimônias caríssimas. Acordar devendo em plena lua de mel é a pior das traições, é como ser corno de si mesmo. Corra, Lola, corra!
Escrito por Xico Sá às 16h44
POSTADO POR MITxCHELLLL WOODSTOOCK 

Nenhum comentário: