ATTENAS AULAS

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

VOU MUDAR O TÍTULO ORIGINAL: POLÍTICA PARA NÃO SER ANA AMEBA BREGA (ANA MARIA BRAGA)

POLÍTICA PARA NÃO SER IDIOTA

Cada vez mais frequentes no Brasil, como “política é coisa de idiota”. O que podemos constatar é que acabou se invertendo o conceito original de idiota, pois a expressão idiótes, em grego, significa aquele que só vive a vida privada, que recusa a política, que diz não á política. No cotidiano, o que se fez foi um sequestro semântico, uma inversão do que seria o sentido original de idiota.
Vale lembrar que, para a própria sociedade grega – nossa mãe antiga, idosa, agora um pouco desprezada -, não haveria liberdade fora da política. Quer dizer, o idiota não é livre porque toma conta do próprio nariz, pois só é livre aquela que se envolve na vida pública, a vida coletiva.
Uma discussão interessante a esse respeito se levantou, quando se aprovou em São Paulo a lei limitando o uso do tabaco em público. Muita gente a questiona de forma marota, mas, na verdade, o que a lei proíbe é que o indivíduo terceirize a sua fumaça. Não se proíbe ninguém de fumar, mas de fazer o outro aspirar ao seu fumo.
Encontramos indivíduos que não vão ás reuniões de condomínio de associação de bairros, por exemplo, porque não gostam, porque são reuniões chatas, ou porque há gritaria. Ora, não ir é um ato político, pois também a omissão política, ou seja, a recusa em participar da vida pública em qualquer instância , é uma decisão política. Vale tanto par um condomínio ou associação de bairro quanto para a inserção nos rumos da cidade, do estado, da nação e do planeta.
Penso que a um tédio pela política, e esse tédio vem também porque o jovem não encanta com a política. Existe um asco pela política, pois ela é associada á política partidária dos acordos espúrios e da corrupção, e existe um desprezo por se supor que política é uma coisa menor. O que me parece estranho é que em 2 mil anos, nós, no Ocidente, tenhamos transformado a concepção de política – que era o ápice da vida humana – de tal modo que hoje se entenda a política como safada e político como pilantra. Portanto, a mais nobre atividade da Antiguidade no Ocidente, da nossa mãe grego-romana, que era a política, passou a ser uma atividade considerada, agora, vergonhosa.
Em relação a corrupção os autores defendem a ideia de que a corrupção não aumentou; ela só está sendo mais percebida. Acredito que, quando tínhamos ditadura e obras em concreto, era enorme a corrupção. Como temos, hoje, muito menos obras em cimento – parece que cimento atrai comissão, atrai propina -, como existe mais transparência, a denúncia é maior.
A corrupção é a que há de mais antirrepublicano, porque vai na jugular da res publica, põem em xequea coisa pública e o bem comum. Isso é paradoxal: exatamente no regime democrático, que significa “poder do povo”, muitos cidadãos se sentem sem poder para vencer a corrupção. A maior percepção da corrupção e a consequente aversão que ela provoca, que são dados positivos, trazem junto uma sensação de impotência.
O homem político de Aristóteles é o homem de bem. Se para esse pensador grego o homem de bem era aquele que participava da política, vê-se que hoje prevalece a imagem oposta em frases do gênero: “Ele é um homem de bem, nunca se meteu em política”.
Aristóteles pregava que a finalidade da política é a felicidade, isto é, a eudaimonia.
Cortella, afirma ser necessário que a escola trate das diversas subdivisões do tema, explique a organização artidária, a política como ato do cotidiano etc. Acho que a política nos aproxima dessa condição. É tarefa também da educação escolar lidar com isso. 
Os atenienses iam para a praça de decisões políticas, a ágora, em média uma vez a cada nove dias. A cada dois anos nós vamos ás urnas uma só vez, por ocasião das eleições; nesse mesmo espaço de tempo, eles teriam ido a umas 80 assembleias. Mas esta comparação suscita uma pergunta curiosa: como é possível que eles tivessem prazer em ir 80 vezes á ágora, quando hoje tantos se queixam de ter que votar uma vez a cada dois anos?  
Devemos ver a política como arte que nos faz humanos;
O que nos torna mais humanos é justamente a capacidade do exercício da política como convivência e com conexão de uma vida.
Estamos entre os primeiros países no mundo que admitem a eleição para jovens de 16 a 18 anos.
Temos hoje uma democracia consolidada, algo inédito em nossa história.
Gosto muito quando Marx diz: “A humanidade nunca se coloca problemas que não possa resolver”. Afinal, a mesma situação que gera o problema, e a consciência dele, gera também os meios para resolvê-lo. Então, sem duvida, temos uma questão política que podemos resolver.
Temos que ter esperança do verbo esperançar e não do verbo esperar! Afinal de contas, ainda podemos evoluir para óbito...(Grifo: MITxCHELLL).

FICHAMENTO DO LIVRO E ADPTAÇÃO:
PROFº MITxCHELLL- HISTORIADOR FILOSOFO– DIRETO DO TIBET, UMBIGO DO MUNDO.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Política: Para não ser idiota / Mario Sergio Cortella, Renato Janine Ribeiro – Campinas, SP: Papirus 7 Mares, 2010.


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